18 de dezembro de 2010

A NATAL DE HOJE NA ÓTICA DE UM VISIONÁRIO DA TERRA POTIGUAR NO SÉCULO PASSADO


No dia 21 de março de 1909, o jornalista e juiz Manoel Dantas (1867-1924), nascido em Caicó – RN, conseguiu reunir a elite da capital potiguar para assistir a palestra "conferência Natal Daqui a Cinquenta Anos".

Em sua fala, o orador antevia o que aconteceria à cidade em meio século, para uma platéia curiosa, que pagou para ouvi-lo, reunida no salão nobre do Palácio do Governo. Umas, efetivamente, se concretizaram, algumas além da data prevista, outras não.

Ele antecipou que a televisão, a qual chamava de fotografia à distância, iria transmitir, em tempo real, espetáculos que estivessem acontecendo do outro lado do mundo.

Acreditava que Natal se tornaria cosmopolita, com visitantes advindos de diversos lugares do planeta, o que vem ocorrendo com a transformação da cidade, a partir do final dos anos 90, em um dos principais destinos turísticos do Nordeste.

A zona norte, separada do núcleo central pelo Rio Potengi, passaria por um processo de ocupação crescente e é, hoje, de fato, uma das áreas mais importantes de expansão urbana.

A notícia ruim ficava por conta do Perigo Iminente, como ele chamava o cinturão de dunas que vai do bairro de Petrópolis até a Zona Sul (hoje, Parque das Dunas) que iria soterrar o lugar, caso nenhuma providência fosse tomada. Na época da construção da Via Costeira, avenida que margeia o Parque das Dunas, os ecologistas alegaram que, caso as obras prosseguissem, a cidade iria ser invadida pela areia. Coincidência? O que é certo é foram realizados serviços de contenção, com a instalação de cercas e recomposição da vegetação.

Em maio do mesmo ano, Manoel Dantas viria, ainda, a publicar, no jornal A República, do qual era diretor, a tradução que havia feito do Manifesto Futurista, de Marinetti, lançado originalmente em 20 de fevereiro de 1909, no Le Figaro.

Perigo Iminente

Para comemorar o centenário do evento, haverá o lançamento da revista Perigo Iminente, pela editora Flor do Sal, contendo artigos sobre a palestra e a cidade em 1909, e projeções de escritores e jornalistas locais da Natal de 2059.

A publicação traz também fotografias de Manoel Dantas, da Natal do passado e do presente, trabalhos de artistas plásticos e o fac-símile da primeira edição da palestra.

FONTE:http://portalliteral.terra.com.br

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