24 de janeiro de 2011

TELEVISÃO BRASILEIRA - FÁBRICA DE MANIPULAÇÃO NACIONAL


O Estado precisa que o "homem do futuro" seja obeso e idiotizado

Por: João Carlos Reis
Formado em Letras



O controle do cidadão através do Estado nunca foi tão eficiente como nos dias atuais. Nem mesmo no auge da Ditadura Militar de 64, o Estado teve tamanho controle do cidadão comum como agora. Através dos seus longos e poderosos tentáculos o Estado chega ao pobre e ingênuo cidadão das mais diversas formas e meios. A banalização da mídia televisiva, entretanto tem sido uma das formas mais eficientes para o sucesso desse controle. É fácil perceber esse quadro decadente de uma sociedade em ruínas. Desde os primórdios da humanidade o “homem” lutou por criar um aparelhamento social que lhe fornecesse uma estrutura familiar confiável. A criação da “família” como instituição universal foi uma das maiores conquistas da humanidade em todos os tempos. Mas não é que uma conquista de milhões de anos vem sendo desmoronada por conta de um trabalho de poucas décadas.

Basta perceber a banalização televisiva através dos mais diversos programas e filmes produzidos para uma massa de inocentes incautos. A mídia televisiva, sobretudo, faz questão de tratar em suas novelas o modelo familiar existente como decadente corrupto e corruptor. A sociedade como sempre vai na onda do considerado politicamente correto sem hesitar. Enfim, para essa sociedade acompanhar a ditadura imposta pelo Estado é o mesmo que ser avançado e moderno, o homem sempre se sentiu atraído pelo moderno. O economista norte americano Gregory Mayson costumava falar ainda nos anos sessenta que o cidadão do futuro será apenas um registro de CNPJ e nada mais. Mayson conseguiu prever o que considerava como um plano torpe do Estado para o enfraquecimento da família e do cidadão. “Enfraquecendo a base familiar o cidadão não terá condições nem forças para reagir”. O economista americano vislumbrou o protótipo do chamado “cidadão do futuro”. Mayson enfatizou que em troca desse controle geral e absoluto sobre as massas, o Estado daria em contrapartida ao mesmo ingênuo cidadão, uma vida “mansa e confortável”.

Essa mansidão descrita pelo economista americano foi traduzida no modo de vida das sociedades modernas. “O homem caminha para o relaxamento completo, tanto da base familiar como social e pessoal. Vejo o cidadão do futuro obeso, acomodado, sem vaidade pessoal, passivo e porque não dizer idiotizado através de programas e séries de TV que vão aos poucos acomodar suas mentes, transformando-os quase todos em pessoas sem conteúdo, vontade própria e conhecimentos”. Não demorou muito é vemos hoje essa realidade descrita por Mayson há exatas seis décadas em plena prática.

Vivemos tempos de inversão de valores, traduzido por uma super valorização do besteirol. Basta assistir apenas cinco minutos de um Big Brother para enxergar essa realidade. O denominado BBB é o que existe de mais inútil e torpe já produzido pela televisão mundial. Engaiolados em uma casa, idiotas sexualmente confusos vivem seus conflitos mesquinhos enquanto outros tantos alienados assistem a tudo isso para que alguns poucos capitalistas do Estado possam faturar milhões sem ter que pensar. Um perfeito plano de idiotização do homem em prol do lucro fácil a todo custo.

Mais importante que qualquer outra coisa nesse mundo, a audiência televisiva movimenta trilhões em beneficio de poucos. Mais vale uma audiência alta televisiva que vai gerar para o Estado trilhões, que a prevenção de catástrofes. Enfim, sem os acidentes e as banalidades humanas o que mais tem as TVs a nos oferecer? Imagino que essa linha de pensamento chegue em um momento tardio, quando o aparelho do Estado já tenha conseguido alcançar seu intento. Quando ainda na década de cinquenta capitalistas americanos perceberam que lucravam muito mais produzindo camisetas e calças Jens que ternos e gravatas a moda mudou em uma década através de mássicas campanhas de TV. Ao abandonar o terno e a gravata o cidadão achou que tinha se tornado mais jovem e moderno. Apenas saiu de um padrão comercial para outro muito mais lucrativo. Ao forjar uma sociedade com valores mesquinhos e inúteis o Estado supervaloriza o “pão nosso de cada dia” financeiro, através das mais diversas instituições capitalistas em detrimento da evolução cultural das sociedades que mais que nunca padece pelo sucesso do aparelho alienante frente ao conhecimento. Acredito que vale ao menos refletir.

Um comentário: