
Turismo religioso abre novo filão para artesãs do município de Santa Cruz
A base da economia de Santa Cruz - cidade situada no Agreste potiguar e distante 115 quilômetros de Natal - deve se voltar para o turismo religioso depois da inauguração do santuário Alto de Santa Rita de Cássia, um complexo instalado em torno de uma imagem de 56 metros de altura e inaugurado em junho. Aclamada pelos fiéis como protetora das causas impossíveis, a santa atrai ao município, cuja população é de 35 mil habitantes, milhares de romeiros, vindos de outras regiões, a cada semana. Todo esse contingente foi visto como uma excelente oportunidade para fortalecer os negócios do artesanato da cidade. Com a orientação e capacitação do Sebrae, um grupo de 15 artesãs passou produzir peças com a temática religiosa e de alto valor agregado devido à aplicação de elementos tradicionais da cultura local, como o bordado, o crochê e o fuxico.
O resultado de três anos de acompanhamento da equipe do escritório regional do Sebrae-RN em Santa Cruz foi um leque de peças, que aliam, ao mesmo tempo, identidade cultural e religiosidade. Em média, são confeccionados mensalmente 550 artigos, entre panos de prato, caixas revestidas, travesseiros, porta-celulares, chaveiros, quadros e pesos de porta. Tudo direcionado para comercialização entre os turistas que freqüentam tanto o santuário e quanto a igreja matriz, que também leva o nome da santa. Mas nem sempre foi assim. Antes de ganhar um viés sacro, o artesanato produzido em Santa Cruz era pouco competitivo e, visando profissionalizar a atividade, o projeto setorial de Artesanato do Sebrae-RN estruturou uma oficina de design, pela qual mulheres integrantes da Associação de Artesãs da cidade tiveram a oportunidade de aprender novas técnicas de acabamento e finalização das peças, além de uso de novos materiais, com o intuito de gerar valor agregado aos produtos.
DIRECIONAMENTO - No ano passado, com a proximidade de inauguração da estátua gigante, o projeto entrou em outra etapa e passou a contar com a parceria da prefeitura local. Pensou-se, então, na produção segmentada para o público católico devido à expectativa de crescimento no número de visitantes romeiros. Uma nova capacitação foi elaborada e as artesãs, que já atuavam juntas há 16 anos, direcionaram a fabricação para esses compradores. A partir daí, os artigos receberam a imagem de Santa Rita de Cássia ou elementos que remetem à imagem, como a palma e crucifixo.
“Tivemos de oferecer consultoria, inclusive de uma designer, para dar uma nova visão de gestão do negócio às integrantes e para agregar valor aos produtos. Após esse plus, o grupo começou a participar de eventos e feiras de artesanato realizados em todo o Estado. As vendas foram ampliadas em 30% após a intervenção do projeto”, garante Ana Néri , que coordena o projeto em Santa Cruz. Todas as ações foram desenvolvidas para dar uma nova visão empreendedora ao grupo e encontrar formas de acesso ao mercado, após identificação e resolução das fragilidades e deficiências dos trabalhos.
As artesãs elaboraram um folder para divulgação dos produtos e, mensalmente, montam uma feirinha em frente à igreja. Elas também vendem a produção em quiosques na Vila de Todos, um complexo de pontos comerciais. “Esse apelo religioso contribui que as mercadorias sejam mais comercializadas. Todo visitante deseja levar alguma lembrança do lugar e, assim, o artesanato só tende a crescer”, espera Ana Néri. A ideia, agora, é ampliar o mix de produtos [atualmente, são feitos 30 tipos diferentes de peças] em função da demanda e trabalhar com o grupo noções de liderança e gestão empresarial. “Ainda temos como melhorar, mas, percebemos que estamos no caminho certo”.
fonte:http://sebraern.interjornal.com.br
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